Vale o risco
sequestrar a
alegria no futuro
compor poemas em
uma sintaxe estranha
animar os mortos
deixar a
consciência onde a fonte nasce
porque tudo tudo
tudo é pouco e fuga.
O outrora
intacto
agora estilhaço
relacionamentos
retratos
guardados
diárias perdidas
aquele disco do
Lennon estourando a madrugada
e o som vazio
das sirenes se aproximando.
Ainda na estrada
ainda desafiando
os limites de velocidade
ainda esvaziando
todas as garrafas
de qualquer
lugar do fim do mundo.
Porque ela não
volta.
O risco vale
inventar outro
modo de viver neste mundo estressado
árduo, suado e
intrigado.
A suprema felicidade
é amar ao outro como a ti mesmo
ah, para alguns
de nós
a promessa de
cumprir o impossível não é obrigatória.
Anderson Pires
(Poeta e professor de literatura da
UFJF)
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